Para iniciar o assunto, necessitamos inicialmente saber onde se encontra o tálus. Este osso situa-se entre o osso calcâneo e a tíbia, sendo um dos ossos que compõem o tornozelo. (Figura 1)
Figura 1 – Fonte: https://teachmeanatomy.info/lower-limb/joints/ankle-joint/
Através da articulação do tálus com a tíbia e a fíbula, o nosso tornozelo é capaz de realizar o movimento de dorsiflexão e flexão plantar ( Figura 2)
Figura 2 – Fonte: Imagens públicas da Web
O tálus é responsável por suportar todo peso do nosso corpo e isso faz com que ele necessite ser muito resistente. Quando sofremos um trauma no tornozelo, mais comumente entorses ou fraturas, este trauma pode ferir a cartilagem e o osso abaixo desta cartilagem que formam o tornozelo. Desta forma gerando uma lesão osteocondral ( Osteo: osso / Condral: cartilagem) (Figura 3)
Figura 3 – Exemplo de trauma do tornozelo que evolui com lesão da cartilagem. Fonte: https://musculoskeletalkey.com/mosaicplasty-of-osteochondral-lesions-of-the-ankle/
Os principais sintomas são dor no tornozelo para andar e realizar atividades de impacto, inchaço local, algumas vezes podendo gerar crepitação ao mobilizar o tornozelo e até mesmo travamento do mesmo.
O diagnóstico algumas vezes até pode ser realizado por raio-x, principalmente em lesões grandes. No entanto o melhor exame para avaliar é a ressonância magnética. (Figura 4)
Figura 4 – Imagens de Raio-X e ressonância mostrando lesão condral do tálus.
A resposta é depende. Sabemos que a história natural da lesão osteocondral é evoluir para artrose do tornozelo e sabemos também que são lesões de difícil cicatrização espontânea. Por outra lado, não é raro observarmos pacientes com estas lesões no tornozelo sem sintomas, sendo apenas interpretados como achado de exame.
Há vários fatores para serem avaliados para decidir se opera ou não, tais como:
Sintomas do paciente, se houve ou não melhora com o tratamento não cirúrgico, idade, esporte que pratica, tamanho da lesão, comorbidades, entre outros.
O tratamento não cirúrgico baseia-se em utilizar imobilizadores do tornozelo, analgésicos e antiinflamatórios, gelo e afastamento de esportes com impacto, tais como corrida.
Quando optado pelo tratamento cirúrgico, há diversos procedimentos que podem ser realizados, essa escolha baseia-se na experiência do médico ortopedista especialista em pé e no tamanho da lesão. Dentre os procedimentos mais utilizados estão microperfuração, preenchimento da lesão com matrizes de colágeno e retirada de plug de cartilagem do joelho para inserir no talus (mosaicoplastia)
É importante dizer que não existe tratamento 100% eficaz.
Alguma dúvida? Sugestão? Agende sua consulta para uma melhor avaliação.
Agendamento de consultas:
(11) 3231-3656 Whatsapp