Saiba mais.O tornozelo é a articulação que nos permite realizar a extensão e dorsiflexão do pé (Figura 1). É uma articulação muito importante para nossa locomoção.
Figura 1. A: Dorsiflexão B: Flexão plantar
Fonte: https://learnmuscles.com/blog/2018/05/16/decreased-ankle-dorsiflexion-is-associated-with-dynamic-knee-valgus/
Quais os ossos que compõem o tornozelo?
O tornozelo é composto por três ossos: Fíbula, tíbia e tálus (Figura 2). Esses ossos formam uma articulação no formato de uma pinça, onde a tíbia está unida a fíbula através de um conjunto de ligamentos chamado sindesmose, e este dois osso abraçam o tálus (Figura 3).
Figura 2. Ossos do tornozelo
Fonte: https://gymnasticsinjuries.wordpress.com/2012/09/
Figura 3. Demonstra como a fíbula e a tíbia unem-se para formar-se uma pinça a abraçar o tálus.
Fonte: DOI 10.1007/s00167-010-1100-x
As fraturas podem ocorrer após traumas de baixa ou alta energia, sempre através de um mecanismo torcional. Há vários mecanismos torcionais que geram fraturas do tornozelo, no entanto mais de 80% deles são aqueles em que o pé trava-se ao solo e o nosso corpo gira-se para fora (Figura 4).
Figura 4. Imagens demonstrando um tipo comum de mecanismo de fratura do tornozelo.
Fonte: Imagens Web
NÃO. Definitivamente NÃO. Por este motivo nunca podemos comparar 2 pessoas que sofreram fraturas do tornozelo. Não são todas iguais. Devido as diversos subtipos de fraturas do tornozelo, os desfechos também são diferentes.
Como falado anteriormente, podemos ter vários tipos de fraturas, dependendo de alguns fatores, sendo os principais o mecanismo de torção, a energia do trauma e também a qualidade óssea envolvida. Desta maneira, um trauma pode gerar apenas uma fratura no osso (famoso trincado), pode gerar uma fratura desviada, pode subluxar o tálus e até gerar a luxação completa do tornozelo. É importante ter o conceita que fratura é o mesmo que quebrar o osso, enquanto luxação é quando a articulação está fora do lugar (Figura 5)
Figura 5. Diversos tipos de fraturas com ou sem luxação do tornozelo
Fonte: Imagens próprias e da Web.
É importante sempre que sofrer um entorse do tornozelo, mesmo que pequeno, procurar por um ortopedista para realizar o diagnóstico correto. Pois como vemos, entorses podem gerar desde apenas um estiramento ligamentar a fraturas graves com necessidade de cirurgia. O diagnóstico de fratura é realizado através da realização apenas de radiografias na maioria das vezes. No entanto, em alguns casos, a tomografia computadorizada e/ou ressonância colaboram com o diagnóstico e guiam o melhor tratamento. Traumas de alta energia normalmente necessitam de acionamento de equipes de resgate, para devida imobilização do tornozelo e transporte até um pronto socorro ortopédico (Figura 6).
Figura 6 – Exemplo de imobilização do tornozelo para transporte até hospital.
Fonte: https://go.bestpracticemedicine.com
É muito comum após a fratura o paciente relatar que sentiu um estalo no tornozelo forte e não conseguiu mais pisar. Logo após o trauma nota-se um inchaço importante ao redor do tornozelo e na maioria das vezes incapacidade de apoiar o membro fratura. Note que por haver vários subtipos de fraturas, o sintomas podem variar muito, daí a necessidade de sempre procurar por ortopedista.
Depende.
O nosso tornozelo é uma articulação que recebe muita carga pois pisamos sobre ele. Fraturas desalinhadas se não tratadas com o melhor realinhamento possível, geram alterações mecânicas na articulação fazendo com que aumente o desgaste da articulação, desta forma evoluindo para artrose precoce. Por este motivo, a maioria da fraturas normalmente possuem indicação cirúrgica (Figura 7)
Figura 7. Exemplos de indicações de tratamento.
Fonte: Imagens próprias e da Web.
O procedimento cirúrgico é realizado através de uma ou mais incisões ao redor do tornozelo, sendo então feito a melhor reconstrução óssea possível e então fixado na posição com pequenas placas e parafusos( Figura 8).
Figura 8 -Diversos tipos de fixação devido padrões diferentes de fixação.
Fonte: Imagens da web.
Como podemos observar, não podemos tratar todas as fraturas da mesma maneira, logo os protocolos de reabilitação também diferem. A boa notícia é que o tempo médio para um osso colar é de 6 semanas. Por este motivo, normalmente mantemos uma bota imobilizadora por 1 mês e meio. Para voltar a correr, usualmente aguarda-se até o terceiro mês, é claro, dependendo da fratura, pois algumas necessitam aumentar esse tempo, e algumas raras conseguimos encurtar.
Além disso, sempre devemos observar quem fraturou, pois o status físico antes de fratura é levado em conta nesta reabilitação. Não podemos seguir o mesmo protocolo de reabilitação de um jovem esportista e de um idoso sedentário, mesmo com padrões de fratura e fixação semelhantes.
Optamos normalmente por não retirar. No entanto algumas vezes o implante pode ficar em áreas onde a pele é fina gerando atrito e incomodo, então optamos por retirar. Além dessa situação, quando há com infecção da ferida operatória e em outras situações específicas também optamos por retirar. Retirar o material após haver a consolidação (cura) da fratura não aumenta a chance de re-fraturas.
Todos os traumas articulares podem gerar artrose, e a fratura do tornozelo não fica de fora. Embora operando as fraturas desviadas reduza as chances ou mesmo o tempo de evolução, sabe-se que comparado ao outro tornozelo, o desgaste articular do tornozelo ocorre de maneira mais rápida.
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