O tendão de Aquiles é formado pela união de três músculo: Gastrocnêmio medial, gastrocnêmio lateral e solear. (Imagem anexa: números – 2,3 e 4 respectivamente)
É considerado o tendão mais forte do corpo humano e o principal responsável pela flexão plantar dos pés, ou seja, nos permite fica na ponta dos pés.
O tendão de Aquiles é formado pela união de três músculo: Gastrocnêmio medial, gastrocnêmio lateral e solear. (Imagem anexa: números – 2,3 e 4 respectivamente)
É considerado o tendão mais forte do corpo humano e o principal responsável pela flexão plantar dos pés, ou seja, nos permite fica na ponta dos pés.
De acordo com a mitologia grega, Aquiles foi um dos grandes heróis. Filho de Peleus e Thetis. Sua história na guerra de Tróia é contada por Homero no poema: A Ilíada.
Mitos e relatos contados muito tempo após a Ilíada, dizem que Thetis, mãe de Aquiles, era muito preocupada pelo fato de Aquiles ser um mortal desde quando ele era um bebê. Logo, para protege-lo queimava-o todas as noites, após revestia suas feridas com uma pomada da imortalidade e então o mergulhava dentro do Rio Styx, cujas águas conferiam a invulnerabilidade dos deuses. No entanto, para mergulhá-lo, ela sempre o pegava pelos tornozelos, de modo que Aquiles era totalmente invulnerável, exceto na região dos seus tornozelos.
Quando Aquiles tinha apenas 9 anos, Thetis ficou sabendo que um vidente viu que Aquiles morreria em uma batalha contra os troianos. Portanto, sua mãe que era extremamente protetora, vestiu Aquiles de mulher e enviou para viver em uma ilha em Skyros. Mas por ser um grande guerreiro, Aquiles fugiu e se juntou com o exército grego.
Depois de várias batalhas ganhas, Aquiles cai em uma emboscada onde Paris, guerreiro troiano não muito valente, atirou uma flecha escondido em direção a Aquiles. Apolo então por saber que o tornozelo era o ponto vulnerável de Aquiles, guiou a flecha para seu calcanhar, matando Aquiles com uma flechada em seu tornozelo.
Fonte: https://www.history.com/topics/ancient-history/achilles
A rotura do tendão de Aquiles representa 20% de todas as lesões tendíneas do corpo humano. Estima-se uma que em média 20 a cada 100.000 pessoas lesionem o tendão de Aquiles a cada ano, sendo mais comum em homens.
É observado 2 picos de incidência em relação a idade, o primeiro em pacientes de 25 a 40 anos e o segundo em pacientes com idade superior a 60 anos. O primeiro pico normalmente é gerado devido traumas de alta energia em esportes. Já o segundo observamos traumas de baixa energia, como aquelas roturas espontâneas.
O sintoma mais comumente observado é o “sinal da pedrada”. Isto porque o paciente relata uma real sensação que alguém se acertou uma pedra na região do calcanhar.
Após este sintoma, comumente observa-se inchaço local e dificuldade de caminhar. Após um ou dois dias podemos observar áreas arroxeadas (equimoses) no tornozelo e pé.
Embora o paciente com lesão do tendão de Aquiles não consiga manter-se na ponta dos pés, a presença de outros tendões, tais como os flexores dos dedos e o tendão tibial posterior fazem a flexão plantar do tornozelo quando o paciente encontra-se sentado. Isso muitas vezes faz com que o paciente acredite que não foi nada demais, e retarde a procura de um ortopedista.
Por outro lado, observando a região do tendão de Aquiles rompido, comumente é fácil de localizar o local da lesão, pois conseguimos palpar um GAP.
Para entendermos como normalmente ocorre a lesão, precisamos nos aprofundar um pouquinho na sua anatomia.
O tendão de Aquiles é um tendão biarticular. Isso significa que ele nasce na região do fêmur (atrás do joelho), passa pela articulação do joelho, percorre toda a tíbia, passa pela articulação do tornozelo (outra articulação) e se fixa no osso calcâneo.
Isso faz com que o tendão e músculo tenha que se adequar em sua contração e relaxamento em meio a duas articulações que se mexem a todo momento.
Sabendo disso, e como podemos ver em um vídeo captado na internet, quando realiza-se a extensão rápida do joelho associado a uma dorsiflexão do tornozelo, movimento muito observado em arrancadas de corridas (foto 2), há consequentemente um alongamento máximo do tendão de Aquiles, momento que o tendão fica mais susceptível a romper.
O principal exame é sempre a avaliação do médico. Por isso não deixe de passar em consulta com seu ortopedista caso desconfie que lesionou.
Sendo observado um GAP a palpação do tendão e realizando alguns testes específicos já é possível dar o diagnóstico de rotura completa. A ultrassonografia e a ressonância magnética pode ser realizada, no entanto não é necessária para indicar a cirurgia ou dar início ao tratamento não cirúrgico.
Teste de Thompson: ao pressionar a panturrilha, não observamos o movimento do pé. Isso indica rotura completa do tendão
Sabemos que esportes que envolvem pular, cortes e movimentos cinéticos repentinos como basquete e o tenis possuem uma incidência maior de rotura do tendão. Calcula-se que o basquete é o causador de 50% das lesões do tendão de Aquiles em atletas.
Além disso, a utilização de calçados inadequados, aumento ou alteração da intensidade do treino e mudanças na superfície onde é realizado o jogo são fatores que aumentam o risco de rotura.
Sabe-se também que a tendinopatia do Aquiles também é um fator de risco. Aumentando ainda quando devido a dor local, são realizados infiltrações ao redor do tendão para alívio da dor.
Outros fatores de risco observador recentemente são o uso de alguns remédios, tais como corticoides e até antibióticos como o ciprofloxacino (estudos relatam que o uso deste antibiótico pode aumentar em até 3x o risco de rotura do Aquiles).
Por último e não menos importante, sabemos que pacientes que sofreram rotura do tendão de Aquiles tem 6% de chance de rompor o tendão do outro pé.
O papo de operar ou não normalmente envolve alguns poréns. A função do médico ortopedista é avaliar o paciente, suas condições de saúde e hospitalares.
Existe hoje uma tendência para o tratamento cirúrgico, visto que a taxa de re-rotura da lesão com cirurgia gira em torno de 3% enquanto o não cirúrgico pode chegar a 9%.
Por outro lado, embora o tratamento não cirúrgico necessite uma demanda de cuidados e paciência maior ao paciente, as sua taxa de complicação é nula quando comparada a cirurgia, pois esta está sujeita a necrose de pele local, deiscência dos pontos e a mais temerosa, a infecção.
Portanto a decisão deve ser realizada em uma conversa franca do médico com o paciente, onde devem ser explicitados o protocolo de tratamento de ambos e suas possíveis complicações.
Há várias técnicas descritas para o tratamento cirúrgico da lesão, podendo ser aberta ou minimante invasiva, com fios de suturas variados e tipos de suturas variados. Costumamos dizer que a melhor técnica é aquela que seu ortopedista tem maior experiência.
O tempo de recuperação do tratamento cirúrgico é ligeiramente mais rápido do que o não cirúrgico, dependendo do protocolo de cada ortopedista.
O tempo médio de imobilização em torno de 6 a 12 semanas, sendo menor normalmente nos pacientes submetidos a tratamento cirúrgico.
A fisioterapia pode ser iniciado logo nas primeiras semanas, sendo sempre aconselhado realiza-la com profissional que tenha vivência na reabilitação destas lesões.
O retorno a atividades como corrida e outros jogos é normalmente iniciada com pelo menos 6 meses da lesão.